quinta-feira, 2 de junho de 2011

Depoimento sobre EREDS NE

Vicente Nepomuceno - Professor de Engenharia de Produção do CEFET/RJ UnED Nova Iguaçu e Pesquisador do SOLTEC/UFRJ

Queridos Companheir@s,

só agora consegui agora parar para colocar as coisas em dia, e queria muito compartilhar com vocês como foi o ereds nordeste.

Também não vai dar para colocar em poucas linhas a riqueza do evento. Mas sai de lá me sentido maior, me sentindo revigorado.

A primeira mesa sobre o semi-árido foi uma aula, a reflexão sobre as potencialidades do semi-árido e a velha discussão sobre a indústria da seca, foi muito esclarecedora. O debate sobre o desenvolvimento socioambiental foi crítico e contundente. A questão que ficou foi - nós temos muito a aprender com os movimentos sociais e com as popoulações tradicionais do semi-árido, a "arte de resolver a vida", suas tecnologias, e a busca pela construção de outras relações sociais. Sai do evento com vontade de mergulhar nos assentamentos rurais onde vários estudantes da UFRN realizam projetos de extensão - seridó, caicó, mossoró, só nome bonito.

Ao longo do evento os autores mais mencionados foram os próprios nordestinos, entre eles, josué de castro, celso furtado foram os destaques: Um dos palestrantes mencionou a "miopía técnica", citada por josué de castro, com que os engenheiros buscavam nas soluções de irrigação e em mega projetos hídricos sem conseguir ver o problema político. Adorei essa tal miopía técnica.

O circuito de experiências mostrou uma bonita integração entre os projetos de extensão da universidade, uma energia bonita entre estudantes de direito - um gurpo enorme de cerca de 70 estudantes fazendo formação e sendo formados em assentamentos do MST, entre outros projetos com cooperativas e minifábricas de caju, e cooperatica agrícolas.

Professor Cipriano, fez uma fala ótima que me chamou atenção: o ensino está presente várias instituições da sociedade , as pesquisas estão presentes em diferentes centros de pesquisa, mas a essência da universidade está na extensão. Essa reflexão citada por ele como sendo do boaventura, resolve uma angústia que eu tinha com a idéia de que um dia extensão será apenas um método, proposta do cristovam que gosto, mas que não resolve. Meu coração bate mais forte do outro lado, onde a essência estará na extensão e o ensino e a pesquisa estão idissociavelmente ligados.

A mesa final foi mais ampla com vários temas, um destaque para a reflexão ao final da mesa sobre o poder que a elite rural brasileira possui. Fato que se confirmou com o código florestal. Além disso nessa mesa teve um bonito causo contado pelo professor fernando bastos , o causo era mais ou menos assim: após a revolução pacífica da índia e grande número de mortos foi re-conquistada a independência do país, e indira pergunta ao seu companheiro: agora que conseguimos a revolução quando teremos o mesmo desenvolvimento que os ingleses, quando seremos iguais a eles: e Ghandi respondeu: se os ingleses precisam subjugar e oprimir tanta gente com um país pequeninnho igual o deles para terem o "desenvolvimento" que eles tem, imagine quanta gente nós indianos não precisamos dominar para ter o que eles têm.

Meu coração volta pra casa certo de que muito da minha identidade brasileira, tem sentido na reflexão poderosa do nosso nordeste.

Celso Furtado me mostrou a beleza de euclides da cunha dizendo que em canudos se matou a rocha viva de nossa identidade. Acho que tem muita sabedoria nisso aí.

é preciso a gente aprender com o que é nosso.

com carinho e o coração grande

Beijos

Vicente

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